O progresso é evidente: comércio pujante, serviços e indústrias que geram emprego e renda e contribuem para alavancar a economia do município
15 de Fevereiro de 2022, 10:26
Ivaldo Pinto é jornalista
O centro de Arapiraca fervilha de pessoas, principalmente às segundas-feiras, quando se realiza uma das maiores feiras livres do Nordeste. O trânsito é intenso nas ruas e avenidas. O progresso é evidente: comércio pujante, serviços e indústrias que geram emprego e renda e contribuem para alavancar a economia do município. A cidade não para de crescer espraiando-se em vários bairros, onde se constroem condomínios fechados. A verticalização também já chegou, com a construção de edifícios com fins residenciais.
Cognominada “Capital do Agreste”, Arapiraca tem uma população estimada de 234.309 habitantes (IBGE/2021). É a segunda cidade em população de Alagoas, ficando atrás apenas de Maceió, a capital. O turismo em Arapiraca ainda é incipiente, mas há perspectivas para se incrementar o setor com viés para negócios e eventos. Para isso, se faz necessário a construção de um centro de convenções, em parceria com a iniciativa privada, e, com isso, incrementar ainda mais a economia dessa cidade interiorana.
Hospedagem não é problema. Há bons hotéis e pousadas que atendem satisfatoriamente à demanda. Dentre os hotéis, os melhores são o Ibis, Varanda, Falcão, Sol Nascente e Pequeno Príncipe. As principais atrações turísticas de Arapiraca são o Museu Zezito Guedes, Parque Ceci Cunha, onde há lojinhas de artesanato, Biblioteca Pública, Lago do Perucaba, Planetário e Casa da Ciência e o Arapiraca Garden Shopping. Há também o Canguru Park — hotel ecológico — localizado no povoado Cangandu, nos arredores da cidade.
Na década de 1970, Arapiraca era chamada “Capital do Fumo”, por ser o maior produtor de tabaco do país. A economia se baseava na fumicultura. Haviam, na época, grandes plantações de tabaco no município. Anos depois, houve um excesso do produto nas pequenas indústrias de beneficiamento do tabaco que havia na região, o que ocasionou a queda do preço do produto e iniciou-se ciclo de decadência da fumicultura.
Mas não pense que com a fumicultura em queda Arapiraca se abateu. No início dos anos 1980, houve um surto de crescimento econômico no município, em consequência da expansão do comércio, indústria e serviços. Com a economia em alta, Arapiraca atraiu muitas pessoas de vários municípios de Alagoas e até de outros estados, que lá se estabeleceram e ajudaram a cidade a se desenvolver ainda mais, tornando-a um importante polo econômico regional, consolidado nos dias atuais. Arapiraca está distante 129,5 km de Maceió, pela AL-220.
Notas
É no povoado Cangandu, zona rural de Arapiraca, que está localizado o Canguru Park, uma cerâmica/olaria, de mais de 50 anos, que foi transformada em hotel ecológico. Um lugar fantástico, ideal para curtir a natureza e fotografar. São 11 mil metros quadrados de área, repleto de plantas nativas exóticas, lago para a prática de pesca esportiva e passeios de caiaque, além de trilhas sensoriais com 90 espécies de pássaros. Há espaço para acampar e ainda os refrescantes banhos de piscina. Com administração familiar, tendo à frente Isabel Porto Lopes, o Canguru Park dispõe de três suítes (onde eram os antigos fornos da olaria) dotadas de TV, frigobar, ar-condicionado e wi-fi. Conta ainda com espaço para eventos e restaurante. O parque funciona também em sistema de day use, a R$ 30 por pessoa. Fica distante 11 km, a partir da rotatória do BPRv.
O imponente prédio do Teatro Deodoro, no centro de Maceió, chama atenção por sua beleza e imponência. É um senhor de 111 anos completados em novembro do ano passado. Em estilo neoclássico, o Deodoro foi projetado pelo arquiteto italiano Luigi Lucarini e construído pelo mestre de obras Antônio Barreiros. A sua inauguração ocorreu em 21 de novembro de 1910, quando dos festejos de 21 anos da proclamação da República. A maior e mais antiga casa de espetáculos de Alagoas, o Teatro Deodoro dispõe de 690 assentos e é composto de uma sala de espetáculos em estilo neoclássico com palco italiano, frisas, camarotes, poltrona e fosso para orquestra. Durante a sua existência, o velho Deodoro recebeu atores consagrados, companhias teatrais e grandes nomes da música popular e erudita.
A campanha “Nordeste Arretado”, que está sendo realizada nos principais centros emissores do país, por meio de roadshows, se encerra no dia 15 de fevereiro e contempla desta feita as cidades de Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Ribeirão, Cuiabá e Campo Grande. No mês passado, receberam os roadshows Goiânia, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Lançada oficialmente em dezembro do ano passado em São Paulo, a campanha apresenta uma nova forma de explorar os destinos turísticos de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com a divulgação dos atrativos e diferenciais da região. Os roadshows reúnem operadoras, gestores e profissionais do turismo e expõem como turistas podem desfrutar de forma integrada os quatro destinos do Nordeste. A expectativa da organização é impactar diretamente mais de cinco mil profissionais do turismo, sendo dois mil presencialmente.
De volta ao passado
Em maio de 1986, Pernambuco sediou o 24º. Congresso da Confederação de Organizações Turísticas da América Latina e Caribe (Cotal). O evento internacional ocorreu no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, e reuniu agentes de viagens, operadores, representantes de companhias aéreas e jornalistas de turismo. Alagoas, como os demais estados nordestinos, se fez presente ao evento com o fito de divulgar suas belezas naturais. A foto mostra, da esquerda para a direita, Paulo Matos, jornalista de São Paulo, hoteleiro Paulo Tavares Correia, jornalista Araújo Castro, do Rio de Janeiro, e o alagoano Luís Alípio Gomes de Barros, radicado na Cidade Maravilhosa.
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