Classificado pelos proprietários Clândio Schettert e Rita Oliveira como 'reduto cultural', espaço gastronômico e artístico enfrenta a pandemia com charme e bom gosto
04 de Maio de 2021, 15:39
Sebage Jorge/ Editor
O bar e restaurante Zeppelin, nove anos completos em abril, funcionando das 11h às 15h, de segunda a sexta-feira, na rua Desembargador Artur Jucá, 40, representa por qualquer ângulo que se o observe, um pedaço da nossa cultura na região central de Maceió. Liderado pelo chef Clândio Schettert e pela restaurateur e agitadora cultural Rita Oliveira, o espaço é, sem dúvida, como o classifica na rede social o casal proprietário, “um reduto cultural”.
Antes de essa tragédia pandêmica bolsonarista se abater sobre o país, no Zeppelin (o nome é mesmo uma homenagem à canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, mas escreveram em inglês e a galera optou por chamá-lo, como a banda britânica, zépelin) realizavam-se, às sextas-feiras, noitadas memoráveis como os encontros musicais e poéticos promovidos pelo coletivo Identidade Alagoana e pelo movimento Antropofágico Miscigenado, os debates políticos conduzidos por líderes progressistas e outros tantos agitos que tornaram o bar e restaurante a casa mais fidedigna da música e da poesia alagoanas.
O “reduto cultural” funciona, sempre, nas noites de sexta-feira, porém, nesse processo de instabilidade por que passa o país, sob a ameaça do vírus que aqui se propaga à revelia de planos de imunização precários e do completo descaso do governo federal, Schettert e Rita tiveram de pisar no freio e segurar, por enquanto, as atividades culturais. Os eventos de sexta-feira têm sido esporádicos, com shows mais curtos e modestos.
O rango, entretanto, continua de primeira, com seus cheiros, sabores e visual irrepreensíveis, em pratos que trazem a herança gaúcha do chef Clândio, com receitas e ingredientes que dão suporte às tradições alagoanas de forno e fogão. Assim é a galinhada, de sabor inconfundível, servida às terças-feiras (a R$ 20); a carne de sol macia e acebolada (a R$ 23) e o surpreendente arroz carreteiro de charque a R$ 20.
Consulte o cardápio com Rita Oliveira pelos telefones (82) 98728 8005 e (82) 92001 7727. Mas já destacamos aqui as estrelas da casa, que são a melhor tilápia que este escriba já experimentou, na chapa com molho pesto (de terça a sexta-feira, R$ 23), e a incomparável costela de boi no bafo (todas as sextas-feiras, a R$ 28). Ainda tem camarão a R$ 25, filé de frango a R$ 18 e a coxa/sobre-coxa assada no forno com ervas a R$ 20.
Preços convidativos, pratos individuais bem fartos. A música ambiente é a brasileira dos tempos áureos de Chico e Caetano e de contemporâneos como Chico César ou os locais Edi Ribeiro, Rogério Dyaz e a Trincheira e Sebage. Mas rola um Led Zeppelin também, Janis Joplin, Creedence Clearwater Revival – a fina flor da MPB e da música alagoana e o rock clássico para fazer jus, afinal, ao nome do espaço.
Longa vida ao Zeppelin. Saudade das noites e madrugadas regadas a cerveja, bom papo e a melhor música do pedaço.