Turismo em Pauta

Com belezas naturais e deliciosa gastronomia, Pilar se destaca também no turismo religioso

A cidade que fica a apenas 36 km de Maceió tem invejáveis recantos e paisagens, com destaque para a exuberante Lagoa Manguaba e reservas ecológicas

11 de Março de 2021, 08:55

Ivaldo Pinto é jornalista

Situada às margens da Lagoa Manguaba, Pilar é uma das mais antigas e bonitas cidades de Alagoas. Dista, apenas, 36 km de Maceió. É lá, nos restaurantes e barzinhos da orla lagunar, que se degusta uma deliciosa peixada de bagre, muito apreciada pelos pilarenses e visitantes. Por isso, é que a cidade é conhecida como a “Terra do Bagre”. Há, contudo, outras opções gastronômicas, como siris de coral, agulhinhas fritas, camurins e as suculentas camarãozadas. Com uma população estimada em 35.212 habitantes (IBGE/2020), Pilar – que faz parte da Região Metropolitana de Maceió – se destaca também no turismo ecológico e religioso. 

A cidade tem invejáveis belezas naturais, com destaque para a exuberante Lagoa Manguaba e  as reservas ecológicas, tendo flora e fauna com características de Mata Atlântica. Na fazenda São Pedro, por exemplo, com 50 hectares, são realizados passeios e trilhas, com banho, afora café regional servido no restaurante. Está também em evidência o Vale das Marrecas, santuário ecológico, onde estão localizadas as nascentes que abastecem a cidade, protegida pelo Gavam – Grupo Ambientalista Vale das Marrecas. 

Pilar também é conhecida como berço de Arthur Ramos, renomado médico psiquiatra, psicólogo social, etnólogo, folclorista e antropólogo, que nasceu em 7 de julho de 1903 e morreu em 31 de outubro, aos 46 anos, em Paris, na França. Pequena, mas aconchegante e de povo hospitaleiro, essa cidade alagoana, de acordo com historiadores, já era povoada desde os tempos das capitanias hereditárias, por volta de 1600, quando Alagoas ainda pertencia a Pernambuco. 

Ainda segundo historiadores, em 8 de maio de 1854, através da Lei Provincial nº. 250, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar e três anos depois, em 1º. de maio de 1857, através da Lei Provincial  nº. 321, Pilar foi elevada à categoria de vila. Com o progresso, em 16 de março de 1872, através da Lei nº. 624, Pilar garantiu a sua autonomia administrativa, se desligando da comarca de Atalaia. A Lei nº. 626, da mesma data, lhe outorga o foro de cidade. 

Pilar entrou para a história ao receber a visita do Imperador D. Pedro 2º., em 10 de janeiro de 1860. O monarca e sua comitiva lá chegaram a bordo do navio Pirajá e foi recepcionado com o “Grande Baile imperial”, realizado num imponente prédio onde funciona hoje os Correios. Outro fato histórico interessante foi quando em 1º. de janeiro de 1944, a cidade passou a se chamar Manguaba até 17 de setembro de 1949, quando voltou a  se chamar Pilar, através da Lei nº. 1473. 

Outro fato marcante no Pilar ocorreu em 28 de abril de 1876, data da última execução judicial do Brasil, quando três escravos, Francisco, Vicente e Prudêncio (dois anos antes), mataram o casal João Evangelista de Lima e Dona Josepha de Lima.  Vicente foi preso no Engenho Hortelã, em Marechal Deodoro; Prudêncio morreu em confronto com a polícia e Francisco foi capturado. Após o julgamento dos escravos, o imperador D. Pedro 2º. negou o pedido de graça de Francisco, que morreu na forca em 28 de abril de 1876, no Sítio Bonga. Essa foi a última pena de morte oficial do Brasil, que, aliás, é encenada anualmente no dia 28 de abril. 

Notas 

Bonecos: Pernambuco investe nas tradições carnavalescas/ Foto/ Francisco Andrade

* O governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), da Secretaria de Turismo e Lazer (Setur-PE) e da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), publicou edital de Auxílio Emergencial Ciclo Carnavalesco de Pernambuco, com a finalidade de conceder apoio financeiro a artistas e grupos culturais da tradição carnavalesca de todo o estado que estão impedidos de promover suas  atividades em razão da pandemia da covid-19. Recursos da ordem de R$ 3 milhões, oriundos do Tesouro Estadual, vão beneficiar mais de 450 cantores, cantoras, blocos, agremiações, orquestras de frevo, grupos de maracatu e caboclinhos, entre outros ligados à tradição do Carnaval. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas serão beneficiadas. 

* A fim de estabelecer diretrizes para nortear o crescimento urbano das cidades nas mais diversas áreas, o governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), vai contemplar várias cidades do Litoral Norte com um Plano Diretor. O documento abrange determinações para construção civil, saneamento básico, preservação do meio ambiente, promoção do desenvolvimento sustentável, elaboração de diagnóstico de impacto ambiental e de trânsito, democratização do acesso à terra e à habitação, dentre outros. A primeira delas será São Miguel dos Milagres, cidade localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha do Brasil. Depois, vem Porto de Pedras, Barra de Santo Antônio e Passo do Camaragibe. 

Réplica de N.S. do Pilar, obra do artesão João das Alagoas

* Na cidade do Pilar, em Alagoas, o Santo Cruzeiro foi erguido em 1918 pelo padre Manoel Pacheco, da ordem dos jesuítas, e passou a atrair fiéis em peregrinação para orações, promessas e agradecimentos por graças alcançadas. Porém, em agosto do ano passado, o governo do estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Turismo (Sedetur), em parceria com a prefeitura da cidade, presenteou os fiéis com uma réplica gigante da imagem de Nossa Senhora do Pilar. A estátua, com 24 metros de altura, é obra do mestre artesão João das Alagoas, que também produziu peças de barro que retratam a Via Sacra e integram o Santo Cruzeiro e Complexo Cultural e Religioso Dilma Moreira Canuto. Com o investimento, o turismo religioso no Pilar tende a crescer e, em consequência, gerar emprego e renda. 

De volta ao passado 

Quando assumiu a Secretaria Estadual de Turismo de Alagoas, o baiano Virgínio Loureiro arregaçou as mangas e começou a trabalhar incansavelmente. Priorizou a ampliação da malha aérea alagoana, a fim de atrair mais turistas; participou de grandes eventos de turismo e visitou cidades turistas dos litorais Norte e Sul, do Sertão e da região do Baixo São Francisco. Em agosto de 2009, Loureiro esteve em Piranhas, cidade-lapinha do sertão alagoano, onde foi recebido pelo prefeito Inácio Loiola. Após reunião na prefeitura, o dirigente da Setur fez um city tour pelo centro histórico de Piranhas e visitou os principais pontos turísticos da cidade ribeirinha do São Francisco. 

O diretor de Turismo Jairo Luiz Oliveira mostra os atrativos turístico a Virgínio Loureiro

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