A vida noturna desperta uma ânsia frenética por trincheiras. Em Maceió, o bar Toca do Guaiamum, à avenida Júlio Marques Luz, 777, bairro de Jatíuca, é um espaço de resistência na noite da capital. Fundado em 1992 por Anilza da Silva, a Toca fica localizada em uma região composta por bares e restaurantes que apostam na goumertização da gastronomia. Nil, como é conhecida pela freguesia, parece preferir o caminho inverso.
Em busca de novas perspectivas, Anilza saiu do Recife no início dos anos 1990, inaugurando em Maceió o Taberna de Ouro. "No começo, a ideia era apenas abrir o bar, até que um dia passou uma moça vendendo guaiamum. Comprei, preparei e comecei a servir para os clientes. O sucesso foi tanto que tive de mudar o nome para Toca do Guaiamum", revela a empresária.
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Nil conquista clientela pela simpatia e iguarias oferecidas no bar |
No início, Anilza da Silva recebeu o apoio do “tio Pepe”. “Ele tinha um restaurante próximo e me ajudou a levantar e a tornar a Toca algo mais profissional", conta Nil, fazendo referência ao restaurante Mocotó do Tio Pepe, que ficou bastante conhecido nos anos 1980 por servir um dos melhores caldinhos de mocotó da capital.
Como o nome do bar já sugere, o sucesso da casa é o guaiamum cevado, servido com pirão e vinagrete. "Comecei o bar com apenas alguns caranguejos, hoje tenho quatro tanques", orgulha-se a proprietária. O guaiamum é vendido por unidade, e o preço varia de R$ 6 a R$ 25, a depender do tamanho. Outro tira-gosto bastante pedido são as patolas de caranguejo-uçá, que fazem uma irresistível combinação com uma boa cerveja gelada.
A necessidade de ampliar o cardápio fez com que Anilza investisse na venda de ostras, molusco pouco encontrado na noite da cidade. "Fizemos um teste e deu certo. Poucos bares de Maceió vendem ostra como tira-gosto." Para os apreciadores, a novidade é a lambreta, que pode ser servida com vinagrete ou ao molho de coco. A unidade custa R$ 3.
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As ostras são vendidas frescas ou cozidas a vapor; os pratos com as lambretas variam de R$ 20 a R$ 22 |
No livro "Alma encantadora das Ruas", o cronista João Paulo Emílio, mais conhecido pelo pseudônimo João do Rio, define que "à noite as sombras são mais densas, as luzes mais vermelhas, as figuras são maiores". É nesse clima que os caminhantes noturnos encontram acolhimento na Toca do Guaiamum. Para o poeta Milton Rosendo, frequentador da casa, "a Toca, além das deliciosas iguarias, oferece um clima de aconchego. Estando no bar, não é raro sentir-se como numa reunião de camaradas de longa data."
Para encomendar os pratos servidos na casa, basta ligar para os contatos (82) 98833 5262 e 99964 9989.